Muitas foram as histórias que ouvi sobre o Rei Carmesim (incluindo uma episódica tarde em que eu e mais dois familiares somos raptados por uma visão dickensiana da minha pessoa daqui por mais vinte anos, e esta discute comigo o valor de King Crimson e Gentle Giant na cena progressiva dos setentas), no entanto nenhuma me conseguiu impressionar o bastante para admitir a genialidade de Robert Fripp & Lda., nem mesmo quando os Tool já o tinham feito. Mesmo depois disto tudo, resolvo-me a comprar uma cópia do In The Court of The Crimson King, gostei, mas não compreendi todo o culto em volta da banda, especialmente, as vozes que aclamavam Fripp como um “deus da guitarra” ou “o guitarrista mais influente de sempre”. Passemos uns tempos à frente, onde posso falar de outra perspectiva.
O álbum arranca com 21st Century Schizoid Man, onde Fripp revela a sua imagem de marca, o manancial de efeitos sónicos e uma distorção no mínimo inovadores para a época (foi lançado em 1969), apoiados pelos teclados perfeitamente orquestrados de Ian McDonald; sem esquecer os desempenhos fantásticos de Michael Giles na bateria, que iriam fascinar Bill Bruford (baterista dos Yes que mais tarde se juntou à banda), e de Greg Lake (que viria a fundar os ELP) dono de uma técnica irrepreensível no baixo e da voz que aqui aparece distorcida, justamente para pregar a visão negativa do futuro da sociedade, fornecida pelo lírico da banda Peter Sinfield. Segue-se, a que talvez seja a peça mais acessível de todo o álbum I Talk to the Wind, uma canção sensível onde McDonald brilha na flauta, Fripp faz uso dos harmónicos e a voz de Greg Lake se dilui suavemente na música. Em Epitaph a bateria de Michael Giles tem espaço para brilhar entre o Melotron de Fripp no que seria um dos clássicos da banda. Num dos mais subestimados registos do álbum, Moonchild, a flauta volta a brilhar na delicada e bucólica composição, no entanto, o momento alto reside no despique, quase sub-reptício, entre a guitarra e percussão (na vertente mais experimental do grupo). A conclusão chega em The Court of the Crimson King, um épico que nos faz levantar e adorar o “Rei” Fripp por ser o coordenador e visionário por trás de um dos melhores álbuns de estreia alguma vez editados.
Hoje encontro-me completamente rendido à originalidade dos King Crimson e digo que, às vezes é difícil de entender que uma peça musical reside na ambiência criada em sua volta, que nem sempre se pode exigir rapidez para consubstanciar o potencial técnico de um músico. Sensibilidade, entrega e a criatividade são baluartes de Bob Fripp. Lamento apenas a qualidade do som, que mesmo na edição remasterizada de 24 bits, continua um pouco inconstante e crispado, notando-se particularmente em Moonchild (onde toda a atenção é pouca para captar os harmónicos de Fripp). É um daqueles discos que agrada a quem se deleita a ouvir música, por ser um gosto adquirido, por “crescer” em cada vez que é tocado.
O álbum arranca com 21st Century Schizoid Man, onde Fripp revela a sua imagem de marca, o manancial de efeitos sónicos e uma distorção no mínimo inovadores para a época (foi lançado em 1969), apoiados pelos teclados perfeitamente orquestrados de Ian McDonald; sem esquecer os desempenhos fantásticos de Michael Giles na bateria, que iriam fascinar Bill Bruford (baterista dos Yes que mais tarde se juntou à banda), e de Greg Lake (que viria a fundar os ELP) dono de uma técnica irrepreensível no baixo e da voz que aqui aparece distorcida, justamente para pregar a visão negativa do futuro da sociedade, fornecida pelo lírico da banda Peter Sinfield. Segue-se, a que talvez seja a peça mais acessível de todo o álbum I Talk to the Wind, uma canção sensível onde McDonald brilha na flauta, Fripp faz uso dos harmónicos e a voz de Greg Lake se dilui suavemente na música. Em Epitaph a bateria de Michael Giles tem espaço para brilhar entre o Melotron de Fripp no que seria um dos clássicos da banda. Num dos mais subestimados registos do álbum, Moonchild, a flauta volta a brilhar na delicada e bucólica composição, no entanto, o momento alto reside no despique, quase sub-reptício, entre a guitarra e percussão (na vertente mais experimental do grupo). A conclusão chega em The Court of the Crimson King, um épico que nos faz levantar e adorar o “Rei” Fripp por ser o coordenador e visionário por trás de um dos melhores álbuns de estreia alguma vez editados.
Hoje encontro-me completamente rendido à originalidade dos King Crimson e digo que, às vezes é difícil de entender que uma peça musical reside na ambiência criada em sua volta, que nem sempre se pode exigir rapidez para consubstanciar o potencial técnico de um músico. Sensibilidade, entrega e a criatividade são baluartes de Bob Fripp. Lamento apenas a qualidade do som, que mesmo na edição remasterizada de 24 bits, continua um pouco inconstante e crispado, notando-se particularmente em Moonchild (onde toda a atenção é pouca para captar os harmónicos de Fripp). É um daqueles discos que agrada a quem se deleita a ouvir música, por ser um gosto adquirido, por “crescer” em cada vez que é tocado.
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