quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Rhapsody - Dawn Of Victory

Assim como que por piada, fiz a mim mesmo uma promessa que consistia, caso fizesse uma cadeira que persegue há já 3 anos (4 se quiser ser purista), em escrever sobre um álbum comprado nessa mesma época. Como podem deduzir pelo título fiz a cadeira, agora perguntam-se vocês: porquê Rhapsody? Porque são fases, porque já fui metaleiro noutra vida, porque foi barato, mas, o mais importante: porque até nem é mau e consegue mesmo ser muito bom para quem olhar para lá de toda a fantasia que ele invoca. Os Rhapsody são uma banda bastante curiosa no aspecto em que são excelentes músicos na sua maioria, mas, por qualquer motivo escolhem gravar sobre dragões e espadas sagradas. Fundindo estas duas últimas premissas temos um estilo que considero bastante sui generis que é o Symphonic Epic Hollywood Metal, rápido e furioso mas ao mesmo tempo clássico e melódico. Para quem acabou de baixar uma música da net e acha que se trata de uma grande patetice e que os senhores já tinham idade para deixar de jogar ao Magic: The Gathering, vamos elaborar mais especificamente sobre o disco.

Dawn of Victory, deve ser um dos registos de estúdio mais equilibrados da banda, isto tanto em termos sonoros como de estrutura musical. Como todos lançamentos da banda, conta uma história épica "The Chronicles of Algalord" e fá-lo bastante bem, como se de um Senhor Dos Anéis se tratasse pelo que não faz sentido isolar especialmente cada canção. Destacam-se: Lux Triumphans numa entrada clássica acompanhada pelos arranjos de voz que nos dão uma boa ideia da cultura musical do guitarrista Luca Turilli e do teclista Alex Staropoli (estes dois que são a força criativa do grupo); segue-se Dawn of Victory em toda a glória do Power Metal deixando desde já um aviso para quem não gosta do pedal duplo em tom frenético: é melhor que se habitue porque ele está presente em quase todas as faixas; Holy Thunderforce foi outro grande sucesso da banda e corre na mesma veia de Dawn of Victory, é o tipo de canção que sabe bem ouvir de manhã já que é plena de adrenalina e força suficientes para motivar qualquer um; Village of Dwarves abre com um interlúdio de voz e flauta para nos entregar às raízes folk do grupo; Trolls in the Dark consiste num breve instrumental que demonstra bem as capacidades técnicas de Luca Turilli; o álbum finaliza com The Mighty Ride of the Firelord em que a banda apresenta todo o seu reportório de truques na manga: uma entrada orquestral ao estilo de Hollywood, fortes coros vocais, variações de tempo, narrativas dramáticas e o final épico.

Como disse antes parece uma brincadeira de miúdos que se vestem de magos e guerreiros para jogar Warcraft, mas, é levado muito a sério pelo conjunto de Trieste e estes entregam aqui a sua obra-prima, ganhando o respeito do meio musical. Como a jornada que descrevem os Rhapsody, também eu, contra dragões e senhores da guerra acabei por conquistar algo que fugia desde tempos idos. Gloria! Gloria perpetua! For the dawn of victory!