O pontapé inicial é dado por Guns In The Sky, num rock FM bem batido, ainda que em 86 não se pudesse dizer o mesmo. Segue-se uma das melhores canções da banda, New Sensation, cuja letra acabou por dar o título ao disco ao vivo do grupo Live Baby Live e nestas palavras se revê a canção. Devil Inside segue uma sonoridade rock mais fluida e foi mais um êxito da altura. Para muitos Need You Tonight é "a" música dos INXS e para os restantes foi um sucesso nas discotecas da época; importa mesmo é reter que já toda a gente gostou ou gosta deste tema. Surge ligada (efectivamente só ao vivo) à canção anterior, Mediate, que consiste em repetir palavras acabadas em "ate", que curiosamente até funciona bem (com Michael Hutchence era fácil) e possui uma ambiência muito interessante criada pelo órgão e saxofone. The Loved One é uma das menos conhecidas, mas que se ouve muito bem, com uma estrutura blues que embora esteja presente no estilo do grupo australiano é mais notada aqui. Wild Life é uma canção que reúne características de New Sensation e Devil Inside, parece-me ideal para ouvir numa estrada larga ao volante de um descapotável. Mais outro grande êxito (ou o êxito) é Never Tear Us Apart, recentemente interpretada por Joe Cocker, mas não se enganem o original é mesmo este e é a versão definitiva. Mistify é das minhas favoritas e uma que consegue deixar milhares de pessoas a cantar ao mesmo tempo nos concertos do grupo. Depois da grandiosa experiência anterior, temos que arranjar um folgo extra para Kick, já não tão espectacular, mas com uma mensagem que diz tudo (“Sometimes you kick, sometimes you get kicked”). Como o álbum não acaba depois de Kick, temos Calling All Nations e Tiny Daggers que não conseguem superar nada do que ouvimos anteriormente, contudo, são um final muito agradável para um disco pop rock tão bom.
O tempo encarrega-se de concluir todas as histórias e nem a minha nem a dos INXS resistem: Michael Hutchence suicida-se (ou não) em 1997 e o grupo não volta aos sucessos que antes teve; depois de ver a rapariga passar lá arranjei coragem para falar com ela e tentar levá-la ao cinema, no entanto ficou por aí. É a beleza das memórias que realmente importam, pois passados 20 anos ainda permanecem: para o Kick sei que os anos não têm modo de o calar; já no que toca ao meu episódico romance, digo que vos contarei outros (é melhor dizer “outro” porque estas coisas no plural têm a mania de se voltar contra nós, futuramente falando) com um final mais feliz.
9 comentários:
bom álbum sim sr! e a gaja, era triki ou quê?
bom álbum sim sr! e a gaja, era triki ou quê?
Foi (e ainda é) a mulher mais bonita que me disse mais de 2 palavras, ainda que a beleza não seja tudo.
Só é pena a música Suicide Blonde ter vindo 3 anos mais tarde no álbum X...senão era uma grande música para entrar já neste álbum justo com a Mystify.
Não se pode ter tudo...
Também gosto muito dessa música e desse álbum (particularmente a Disappear e The Stairs), mas este acabou por ser o mais bem sucedido e equilibrado, porque o feel permanece no X e nos anteriores (já não me lembro o nome do que tem a original sin). Estou a gostar de vos ver discutir INXS; continuem.
Pena é o gajo ter morrido (suicídio?). Parece que andou metido com a Kylie Minogue. Mas sem dúvida uma das grandes bandas dos anos 80/90! Beautiful Girl tb falta nesse álbum...
o michael hutchence e kylie têm uma história engraçada em q ele diz q ela era um demonio na cama lol. Tmb gosto mt da beutiful girls mas prefiro a heaven sent do mesmo album (welcome to wherever you are).
isso de ser um demónio na cama é positivo, não?
Pois, eu cá até gosto de iniciativa e intensidade na congénere feminina, isto em doses saudáveis (excedendo os limites ocasionalmente), mas quando fica muito esquisito e agressivo é capaz de perder a piada... ou não. Também dava desconto por ser a Kylie.
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