Cá estou de volta após o tradicional hiato de Agosto; e porque não aproveitar o sol de Setembro para recordar um dos discos mais vendidos da última década. O auto intitulado dos registos de originais dos Third Eye Blind é um dos meus favoritos, digo mesmo que em determinada altura senti-me capaz de escrever uma tese de doutoramento sobre o dito álbum. Obviamente que tentarei ser um pouco mais conciso: À primeira vista é mais uma banda de teen rock associada a filmes de adolescentes como American Pie, a chamada música de Verão, no entanto, perante uma análise mais cuidada percebe-se que estamos perante uma obra-prima da música popular moderna. O som perfeitamente produzido para reflectir o sentimento agridoce de música e letra brilhantemente escritas por Stephan Jenkins, a vertente experimental patente na procura de novos efeitos sonoros, misturando-se com as fórmulas que tanto apelam ao ouvido: é isso que podem esperar de um álbum de 3EB.
A primeira canção, “Losing a Whole Year”, é uma mini ficção moderna retratando episodicamente uma relação problemática, introduzindo ao ouvinte o som tipo da banda; “Narcolepsy”, claro está, refere-se a uma experiência do guitarrista Kevin Cadogan, ainda assim, muito bem escrita (ou não fosse Jenkins licenciado num curso de letras). Ao nível sonoro a canção destaca-se com os efeitos de Cadogan que espevitam o riff de Jenkins (tipo campfire song), saltando desde logo ao ouvido o pormenor do deslizar dos dedos na guitarra acústica de Jenkins (faz o som característico de “slide”) antes de dizer “I can feel this narcolepsy slide”; Segue-se a estrela da companhia, “Semi-Charmed Life”, o single de maior sucesso da banda e a tal música associada ao American Pie, e digo que até eu que nem sou de cair pelo refrão fácil me deixei apanhar, no entanto, como a própria banda afirmou, a canção soa bem e é atraente porque a sua construção musical é uma metáfora para a ideia que esta representa, mais concretamente, a letra fala-nos da auto-destruição no consumo de anfetaminas e a música ilustra a perspectiva da droga, de como parece aprazível e encantadora mas que por dentro é corrosiva; “Jumper” descreve a situação de uma pessoa que tenta convencer outra a não cometer suicídio, mais uma vez é tão alegremente retratada que não nos podemos deixar de questionar se o som não tenta emular com a letra tal persuasão. Fica na memória o som conseguido no solo de guitarra, parece simples… ou não; e fico-me só pela faixa 4 do leitor, porque, tenho muito para falar e me parece que isto é mesmo é para ser ouvido com atenção.
O equilíbrio perfeito entre os dramas domésticos de Jenkins (relações falhadas, violência doméstica, morte, vida, álcool, drogas, sexo e amor) e o som elaborado da banda foi atingido neste álbum que para mim é dos mais representativos do pop/rock norte-americano do final dos noventas. No entanto, um fraco apoio publicitário, a demora da banda em lançar discos devido à natureza perfeccionista de Jenkins (só três em 10 anos) e a mudança de pessoal fazem com que um grupo que podia estar a esgotar pavilhões pelo mundo fora esteja confinado à terra do tio Sam. Super-produzido, idealista, melodioso, despretensioso... e até vendeu bem.
A primeira canção, “Losing a Whole Year”, é uma mini ficção moderna retratando episodicamente uma relação problemática, introduzindo ao ouvinte o som tipo da banda; “Narcolepsy”, claro está, refere-se a uma experiência do guitarrista Kevin Cadogan, ainda assim, muito bem escrita (ou não fosse Jenkins licenciado num curso de letras). Ao nível sonoro a canção destaca-se com os efeitos de Cadogan que espevitam o riff de Jenkins (tipo campfire song), saltando desde logo ao ouvido o pormenor do deslizar dos dedos na guitarra acústica de Jenkins (faz o som característico de “slide”) antes de dizer “I can feel this narcolepsy slide”; Segue-se a estrela da companhia, “Semi-Charmed Life”, o single de maior sucesso da banda e a tal música associada ao American Pie, e digo que até eu que nem sou de cair pelo refrão fácil me deixei apanhar, no entanto, como a própria banda afirmou, a canção soa bem e é atraente porque a sua construção musical é uma metáfora para a ideia que esta representa, mais concretamente, a letra fala-nos da auto-destruição no consumo de anfetaminas e a música ilustra a perspectiva da droga, de como parece aprazível e encantadora mas que por dentro é corrosiva; “Jumper” descreve a situação de uma pessoa que tenta convencer outra a não cometer suicídio, mais uma vez é tão alegremente retratada que não nos podemos deixar de questionar se o som não tenta emular com a letra tal persuasão. Fica na memória o som conseguido no solo de guitarra, parece simples… ou não; e fico-me só pela faixa 4 do leitor, porque, tenho muito para falar e me parece que isto é mesmo é para ser ouvido com atenção.
O equilíbrio perfeito entre os dramas domésticos de Jenkins (relações falhadas, violência doméstica, morte, vida, álcool, drogas, sexo e amor) e o som elaborado da banda foi atingido neste álbum que para mim é dos mais representativos do pop/rock norte-americano do final dos noventas. No entanto, um fraco apoio publicitário, a demora da banda em lançar discos devido à natureza perfeccionista de Jenkins (só três em 10 anos) e a mudança de pessoal fazem com que um grupo que podia estar a esgotar pavilhões pelo mundo fora esteja confinado à terra do tio Sam. Super-produzido, idealista, melodioso, despretensioso... e até vendeu bem.
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